Tuesday, April 03, 2007
No início de mais um Festival de Cinema Gay e Lésbico, o segundo, congratulo-me com os avanços verificados em relação ao do ano passado.
Aquele, por motivos óbvios, teve um cunho retrospectivo, abarcando peliculas que constituíam uma fundamental base de conhecimento sobre o chamado cinema gay e lésbico.
O Festival deste ano cresceu, não só no número de filmes, cento e doze, e países representados, mas também na abordagem, através deles, dos mais variados temas dentro da diversidade sexual, remando assim contra a corrente que pensa a homossexualidade como um rosto único.
Esta é ainda uma forma de lutar contra todos estereótipos a seu respeito, desde uma atitude de politicamente correta tolerância até à mais crua homofobia. A maior parte destes filmes, muitos dos quais foram mostrados em festivais de temáticas não gay, representam o que de mais recente e interessante se está fazendo por este mundo fora, já que a extrema actualidade das películas aqui apresentadas se traduz, a nível temático, pela amostragem dos vários problemas, conflitos, tendências ou sensibilidades que percorrem o universo homossexual.
Por isso, o nosso Festival dirige-se não apenas à população gay e lésbica, mas também, de um modo mais geral, a todos os cinéfilos interessados e sem qualquer espécie de preconceitos.
Emergindo como uma das faces mais visíveis e de maior repercussão pública da ILGA-Portugal , é nossa intenção, num futuro muito próximo, que o Festival assuma uma natureza competitiva , com a atribuição de prémios às obras de maior qualidade - a faceta principal por que se pauta a selecção deste ano, incluindo ainda a legendagem de todos os filmes estrangeiros, a fim de se poder atingir um número cada vez maior de público.
Este ano tentou-se, com algum êxito, equilibrar a apresentação de filmes tocando a temática gay e lésbica, abrindo - muito significativamente - o Festival com duas películas focando este último universo: ALL OVER ME, vencedora do Teddy Award do Festival do Cinema Gay e Lésbico de Berlin 1997, e a portuguesa O QUE TE QUERO de Jeanne Waltz.
Sabendo que este nosso Festival constitui a única oportunidade para tomar contacto com películas que de outra forma não seriam conhecidas, pois só muito dificilmente passariam no circuito comercial ou na televisão, quero ainda agradecer a colaboração indispensável da Câmara Municipal de Lisboa, do ICAM/IPACA, do British Council e Góethe lnstitut, entre outros, bem como a de todos aqueles que, em regime de voluntariado , trabalharam com a organização do Festival e com a Associação ILGA-Portugal para que tudo deslizasse sobre rodas.
A pensar já na 3a edição do Festival, aqui fica a promessa de que ele será mais representativo e melhor.
Celso Júnior
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