Tuesday, April 03, 2007

Lisbon Gay and Lesbian Film Festival


In 1997, I was invited to organize the 1st Lisbon Gay and Lesbian Film Festival. I took on this challenge with considerable enthusiasm, and it has given me great pleasure that the event has attained international recognition and is now in its 11th edition and renamed as Queer Lisboa.

In the present, for personal and professional reasons, I no longer direct the Film Festival and no longer live in Lisbon. I am living now in Lucerne, Switzerland. Having been the founder of this Festival and its director from 1997 to 2004, and being still pretty much emotionally attached to it and to its team, my collaboration with the Queer Lisboa will perpetuate thru a text of mine in the Festival Program and the selection of one film per edition.
Find here the compilation, already posted in the past, of the 8 editions under my direction

1st Lisbon Gay and Lesbian Film Festival


1° FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA
13 a 28 de Setembro de 1997
TEMA: Uma retrospectiva da cinematografia GLBT

Número total de filmes exibidos
. 65 filmes - curtas e longas metragens de ficção, documentários e animação

Número de sessões
. 52 sessões - distribuídas por 3 salas: Videoteca Municipal (60 lugares), Cinemateca Portuguesa (202 lugares), Padrão dos Descobrimentos (101 lugares)

Número total de espectadores:
. 7 000 - lotação média de 25% no Padrão dos Descobrimentos, 70% na Cinemateca Portuguesa e de 100% na Videoteca de Lisboa

Apoios:
. Câmara Municipal de Lisboa
. Cinemateca Portuguesa
. IPACA (Instituto Português da Arte Cinematográfica e Audiovisual)

designer: Gonçalo Diniz

Texto de Abertura do 1° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa


Em 1997 quando Lisboa ainda respirava um certo ar de cosmopolitismo, de capital Europeia, eu criei o Festival de Cinema Gay e Lésbico.
Hoje infelizmente o terreno está fértil para outro tipo de sementes, hoje florescem os movimentos de extrema-direita, manifestações anti-gay, uma má educação generalizada nas ruas, uma cidade feia e suja e o desgaste da esperança de criar um mundo livre e melhor.
Abaixo o texto que escrevi para a apresentação deste primeiro Festival.
“...Não há segredo na vida! A finalidade da vida, admitindo que exista, consiste simplesmente na busca contínua das tentações.”
Oscar Wilde
‘Só os sentidos podem curar a alma, assim como só a alma pode curar os sentidos.”
Oscar Wilde
Em primeiro lugar quero agradecer a todos aqueles que, de uma maneira directa ou indirecta colaboraram para a realização deste festival. As gentilezas, a atenção, a amabilidade, as coisas práticas ou simplesmente o tempo passado em conjunto a idealizar um sonho comum. Um sonho que se torna realidade na forma de 52 sessões distribuídas pelas salas da Videoteca de Lisboa, Cinemateca Portuguesa e Padrão dos Descobrimentos, onde serão apresentados 66 títulos com uma grande variedade de temas, abrangendo todo o universo homossexual (drama, romance, sexo, gay Iifestyle, comédia, homofobia, musicais, animação, Sado-masoquismo e variantes, SIDA, étnicos, documentários, pride, novos, clássicos, etc.).
Esperamos assim suprir todos os gostos e expectativas.Confesso que foi com grande apreensão, que aceitei o desafio de produzir e dirigir este festival. Para além das dificuldades inerentes ao processo, era para mim uma experiência nova. Tomada a decisão, deixei-me seduzir, e, a cada descoberta, a cada acrescento, já podia vislumbrar o todo. A quantidade de imagens e situações, e sobretudo o facto de este evento se revestir de grande importância cultural e social, e de Portugal ser, entre a maior parte dos países da Europa, um dos últimos a apresentar publicamente uma mostra deste género como prova pública de aceitação das diferenças, transformou este projecto num objecto de paixão, e como todas as paixões, foi vivida com toda a intensidade.
Não me podia esquecer que tanto o cinema quanto a homossexualidade são invenções do século XIX e aí iniciei a minha pesquisa. Sem subestimar o peso da palavra “homossexualidade”, que traz em si mesmo uma multiplicidade de mensagens, e que por muito tempo esteve circunscrita a um mundo de sombras, encontra no cinema o seu grande cúmplice. Ainda hoje retenho a imagem dos espectadores aterrorizados com a chegada do comboio na Gare de la Ciotat, de Lumiére. De forma análoga os espectadores serão ameaçados pela descoberta desta nova “doença”.
O jogo começa e em 1895, com “The GayBrothers”, um ensaio de sonorização que nos mostra a imagem de dois homens a dançar uma valsa. Nos anos seguintes o tema torna-se quase corriqueiro, sendo tratado mesmo com grande poesia, apesar de, muitas vezes, de forma sublimada.
A partir dos anos 50 e 60, novas facetas da moral vigente fecham as portas a uma série de temas. A homossexualidade é tratada como um mal a ser destruído. Porém, mais uma vez por caminhos sinuosos e metafóricos, uma grande quantidade de filmes é produzida, muitos dos quais com forte tendência homófoba que, no entanto, seja pela beleza em si, seja pelo ultrapassar fronteiras e intenções d’Arte se transformam em grandes clássicos onde a intolerância é substituída pela humanidade das personagens. Mas, mesmo assim, essas personagens têm na sua totalidade um final trágico e pleno de culpa. Poderemos desfrutar alguns exemplos como: The Rope, Suddeniy Last Summer, Les Diaboliques, The Chiidren’s Hour, The Damned, Saio o les 120 Gioenate di Sodoma, entre outros.
Em 1970, The Boys in the Band, um exemplo antológico e fundamental, mostra pela primeira vez uma nova visão do homossexual, agora mais global, mais social, e independentemente do sofrimento atávico, um grande passo foi dado.
Os anos 80 são marcados como os anos da SIDA e da afirmação, grandes biografias como The Naked Civil Servant, Mishima ou ensaios de fotografia como Sebastiane.
A reafirmação e o orgulho fundamentam-se nos anos 90, e aqui está a nossa grande aposta, pois vale a pena salientar que alguns dos filmes seleccionados serão exibidos pela primeira vez em Portugal.São uma grande quantidade de documentários, desde os que ensinam às pessoas como se hão de defender deste mal, como Red Light, Green Light, aos politizados como Wigstock, Paris is Burning, Queer Son, Eurogayvision, Spikes and Heels, aos antológicos como The CeIluloid Closet e A Bit of Scarlet, e as fantásticas vidas e obras de figuras como Tom of Finland, Gertrud Stein, Tiny Davis e Ruby Lucas.
Apresentamos ainda preciosidades como Un Chantd’Amourde Jean Genet, Couch de Andy Warhol e Scorpio Rising de Kenneth Anger.
Finalmente, um espaço dedicado ao cinema português, com as obras de realizadores como Joaquim Pinto, Nuno Leonel, Joaquim Leitão, Margarida Cardoso e João Pedro Rodrigues.
Este festival não visa atingir apenas a população homossexual, mas toda a gente. O nosso grande objectivo é abrir um caminho onde a cultura gay e lésbica, nos seus mais altos padrões, possam com dignidade e beleza atenuar as diferenças, os preconceitos, com a humanidade necessária e todo o amor que nos cabe dedicar. Espero, sobretudo, que o l° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, nos propicie duas semanas de reflexão, análise, orgulho, muito prazer e divertimento.
Celso Junior

NUNO II by Celso Junior


NUNO II (Nuno Leonel)
Oil on Canvas 1994
80cm x 74 cm
Private Collection – London
1st Lisbon Gay & Lesbian Film Festival Poster

2nd Lisbon Gay and Lesbian Film Festival


2º FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA
12 a 27 de Setembro de 1998
TEMA: Cinematografia GLBT nos 5 continentes

Número total de filmes exibidos:
. 116 filmes - curtas e longas metragens de ficção, documentários e animação

Número de sessões:
. 65 sessões - distribuídas por 3 salas: Fórum Lisboa (700 lugares), Auditório do Goethe Institut (120 lugares), Auditório do British Council (120 lugares)

Número total de espectadores: 10 000

Apoios:
. Câmara Municipal de Lisboa
. ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia)
. The British Council (Instituto Britânico)
. Goethe Institut – Lissabon (Instituto Alemão)

Divulgação externa:. postais e cartazes distribuídos desde Fevereiro 98 nos festivais de Berlim, San Francisco, New York, Los Angeles, São Paulo, Turin e Toronto
. publicitado no Catálogo do ICAM/IPACA no Festival de Cannes
. artigos nos jornais Folha de São Paulo, O Globo (Rio de Janeiro), El Nacional (Caracas), El Pais (Madrid)
. matérias na televisão holandesa e Canal + (França)

Divulgação Interna:
. spot publicitário foi apresentado 2 vezes por dia nos canais RTP1 e RTP2
. 80 Mupis distribuídos por Lisboa

Convidados:
. Monika Treut (realizadora alemã)
. Isaac Julien (realizador britânico)

designer - Gonçalo Diniz

Texto de Abertura do 2° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa


No início de mais um Festival de Cinema Gay e Lésbico, o segundo, congratulo-me com os avanços verificados em relação ao do ano passado.
Aquele, por motivos óbvios, teve um cunho retrospectivo, abarcando peliculas que constituíam uma fundamental base de conhecimento sobre o chamado cinema gay e lésbico.
O Festival deste ano cresceu, não só no número de filmes, cento e doze, e países representados, mas também na abordagem, através deles, dos mais variados temas dentro da diversidade sexual, remando assim contra a corrente que pensa a homossexualidade como um rosto único.
Esta é ainda uma forma de lutar contra todos estereótipos a seu respeito, desde uma atitude de politicamente correta tolerância até à mais crua homofobia. A maior parte destes filmes, muitos dos quais foram mostrados em festivais de temáticas não gay, representam o que de mais recente e interessante se está fazendo por este mundo fora, já que a extrema actualidade das películas aqui apresentadas se traduz, a nível temático, pela amostragem dos vários problemas, conflitos, tendências ou sensibilidades que percorrem o universo homossexual.
Por isso, o nosso Festival dirige-se não apenas à população gay e lésbica, mas também, de um modo mais geral, a todos os cinéfilos interessados e sem qualquer espécie de preconceitos.
Emergindo como uma das faces mais visíveis e de maior repercussão pública da ILGA-Portugal , é nossa intenção, num futuro muito próximo, que o Festival assuma uma natureza competitiva , com a atribuição de prémios às obras de maior qualidade - a faceta principal por que se pauta a selecção deste ano, incluindo ainda a legendagem de todos os filmes estrangeiros, a fim de se poder atingir um número cada vez maior de público.
Este ano tentou-se, com algum êxito, equilibrar a apresentação de filmes tocando a temática gay e lésbica, abrindo - muito significativamente - o Festival com duas películas focando este último universo: ALL OVER ME, vencedora do Teddy Award do Festival do Cinema Gay e Lésbico de Berlin 1997, e a portuguesa O QUE TE QUERO de Jeanne Waltz.
Sabendo que este nosso Festival constitui a única oportunidade para tomar contacto com películas que de outra forma não seriam conhecidas, pois só muito dificilmente passariam no circuito comercial ou na televisão, quero ainda agradecer a colaboração indispensável da Câmara Municipal de Lisboa, do ICAM/IPACA, do British Council e Góethe lnstitut, entre outros, bem como a de todos aqueles que, em regime de voluntariado , trabalharam com a organização do Festival e com a Associação ILGA-Portugal para que tudo deslizasse sobre rodas.
A pensar já na 3a edição do Festival, aqui fica a promessa de que ele será mais representativo e melhor.
Celso Júnior

2nd LGLFF - Opening Message


At the beginning of another Gay and Lesbian Film Festival, our second, l congratulate all the progress from last year edition.
The first Festival, for obvious reasons had a retrospective scope of films that constituted a knowledge base over what one calls gay and lesbian cinema.
This year’s Film Festival has grown, not only in the number of films to be screened. (One hundred and twelve), but also in terms of countries represented. in this years Festival the motion pictures encompass the most varied themes within the sexual diversity.
Thus, going against the mainstream conception that homosexuality has a single-faced perspective. This is just one way of fighting against all kinds of stereotypes related to the issue of homosexuality ranging from an altitude of politically correct tolerance, all the way to the most extreme forms of homophobia. The majority of the movies presented in this Festival have come from non-gay thematic film festivals.
The films themselves represent the most recent and most interesting approaches being done the world over, thus, translating, in terms of a thematic tone, the problems, conflicts, tendencies or sensibilities that are part of the homosexual universe. In this regard, our Festival does not aim it self only at the gay and lesbian population, but also, in broad terms at all the interested moviegoers.
As far as prejudice is concerned we also have taken attention that is for part of the Festival. Surfacing as one of the most visible and with the most public repercussion of ILGA-Portugal’s work in the community, it is our intent that in a very near future, the Film Festival will take up a competitive nature by awarding prizes lo improve even more the quality of the films. This was the criteria by which the selection of the films for this years Festival was based on, as a form of preparation for what is to come.
Our future plans also include Portuguese subtitles for all the foreign movies in order lo attract a larger number of people. We tried this year, somewhat successfully, to balance out gay and lesbian themes in the movies lo be screened. The choice of the two motion pictures to open the Festival significantly reflects this as they focus the lesbian universe: ALL OVER ME, winner of the Teddy Award at The Berlin Gay and Lesbian Film Festival in 1997 by Alex Sichel, and the Portuguese O QUE TE QUERO, by Jeanne Waltz. By acknowledging that our Festival is the only opportunity to get in touch with motion pictures that otherwise would never be known here, (through commercial distribution as well as shown on television)
I would like lo express the gratitude for the indispensable collaboration by The Municipality of Lisbon, the ICAM/IPACA. The British Council and The Goethe Institut, among others. I would also like to thank at of those who through volunteer work have helped both the organization of the Festival and ILGA-Portugal to keep everything running smoothly.
Already with the 3rd edition of the Festival in sight we want to promise to you all that it will be more represent active and even better.
Celso Júnior

2nd LGLFF - Isaac Julien


Isaac Julien is one of Britain's most innovative and provocative filmmakers, was my gueston 1998 for the 2nd LGLFF.
Born in 1960, he comes from a black working-class East London background. He studied painting, film and has been involved, over the past ten years, with forging a new language around black representation, both as filmmaker and cultural critic.
His critical writing engages questions of de-essentializing black and gay subjectivities.

Visit: http://www.isaacjulien.com/home

NTÕNI by Celso Junior


NTÕNI
Oil on canvas 1996
80cm x 80cm / 31,49” x 31,49”
Private Collection – Lisbon Portugal

2nd Lisbon Gay and Lesbian Film Festival Image

Jury member


1998 - Jury member for the TEDDY AWARD at the 48th BERLINALE (Berlin International Film Festival) – Germany
2004 - Jury member (Documentary Section) at the 19th Torino Festival Internazionale di Film con Tematiche Omosessuali - Italy

3rd Lisbon Gay and Lesbian Film Festival


3º FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA
10 a 25 de Setembro de 1999
TEMA: Cinema ( mainstream ) GLBT contemporâneo (produções posteriores a 1996)

Número total de filmes exibidos
. 45 filmes - curtas e longas metragens de ficção, documentários e animação

Número de sessões
. 35 sessões - distribuídas por 2 salas: Fórum Lisboa (700 lugares), Cinemateca Portuguesa (202 lugares)

Número total de espectadores:
. 7 000 (constitui um aumento de público, dada a diminuição do número de sessões)

Apoios Institucionais:
. Câmara Municipal de Lisboa
. ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia)
. Cinemateca Portuguesa
. The British Council (Instituto Britânico)
. Goethe Institut – Lissabon (Instituto Alemão)
. Instituto Cervantes (Instituto Espanhol)
. Institut Franco-Portugais (instituto Franco-Português)

Apoios não-institutcionais:
. FNAC
. Filmes Catello Lopes
. Lusomundo

Divulgação externa:
. postais e cartazes distribuídos internacionalmente nos festivais congéneres

Divulgação Interna:
. spot publicitário foi apresentado 2 vezes por dia nos canais RTP1 e RTP2
. 80 Mupis distribuídos por Lisboa

Convidados:
. Rosa Maria Sardà (actriz espanhola)
. Rose Troche (realizadora norte-americana)
. Rosa Von Praunheim (realizador alemão)
. André Delhaye (realizador português)
. Cyril Zajac (realizador americano)

designer - Gonçalo Diniz

Texto de Abertura do 3° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa


A realização pela terceira vez do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, constitui a melhor prova não só do seu sucesso, mas também da sua necessidade. O Festival entra assim numa nova fase, de sedimentação e de amadurecimento, o que vai inevitavelmente reflectir-se nos filmes selecionados para este ano. Como podemos verificar, as mudanças culturais precedem as transformações políticas, legislativas, entre outras.
No cinema actual são notórias as diferenças na forma como a temática Gay e Lésbica é tratada. No final desta década a homossexualidade não é vista como um fenómeno aliado a culpa, violência, modelos típicos dos anos 70, THE BOYS IN THE BAND e CRUISING, por exemplo,ou estigmatizados pelo advento da SIDA nos anos 80. Pelo contrário em filmes como TRICK, BEDROOMS AND HALLWAYS, IT’S IN THE WATER entre outros, crescentemente as personagens homossexuais são tratadas com humor, integradas numa história que se desenrola para além delas, vivendo com um padrão de conforto material acima da média.
Esta mudança cultural, esperamos, irá porventura potenciar a tão necessária e desejada mudança política e social.
A participação dos Institutos Culturais é fundamental ao Festival. Logo é com bastante satisfação que renovamos os nossos agradecimentos aos Institutos Alemão e Britânico, que mais uma vez apostaram no Festival, e damos as boas vindas ao Instituto Cervantes e Franco-Português, que participam, pela primeira vez neste certame. Este ano contamos apresentar as ante estreias de FIRE e WILDE graças aos Filmes Lusomundo e Filmes Castello Lopes respectivamente, que gentilmente nos facultaram essa oportunidade.Gostaríamos também de agradecer a participação de Susana Marinho na selecção de grande parte dos filmes de temática lésbica, assim como o esforço e empenho de Elsa Ferreira, Manuel Morais bem como da equipa de legendagem que tornaram possível cumprirmos com o que havíamos prometido ao nosso público e que se concretiza nesta edição do Festival.Finalmente cabe-nos ainda agradecer à CML, ICAM e Cinemateca Portuguesa os inestimáveis apoios e encorajamento, sem os quais o Festival não tería chegado à sua 3 edição, fazendo desde já votos de que continuemos a trabalhar em conjunto para que Lisboa, por sua vez possa manter-se como anfitriã de um Festival de Cinema Gay e Lésbico.
Divirtam-se!
Celso Junior

3rd LGLFF – Opening Message


The holding of the 3rd Lisbon Gay and Lesbian Film Festival, is the best possible proof of both its success and necessity. The Festival, therefore, seems to be entering a new phase of settling and maturing, which is inevitably reflected in the films selected for showing this year. Cultural changes precede political and legislative changes, among others, and in the cinema there are considerable changes in the way in which Lesbian and Gay subjects are being dealt with.
At the end of this decade homosexuality is not being regarded as a phenomenon allied to blame and violence, typical of 70 models, such as in THE BOYS IN THE BANO and CRUISING, for example. Nor is it being stigmatized by the advent of AIDS in the 80s. On the contrary in films such as TRICK, BEOROOMS AND HALLWAYS and IT’S IN THE WATER, among others, the homosexual characters are increasingly dealt with, with humour integrated into a story which takes place beyond them, where they enjoy a higher than average standard of material com fort. We very much hope that this cultural change with act as a catalyst for the necessary and desired political change.
The participation of cultural institutes is essential to the festival. So it is with great satisfaction that we renew our thanks to the British and German Institutes, that have yet again supported the festival, and we are delighted lo welcome the Cervantes as well as the Franco-Português institutes, which are participating for the first time. This year we are also very pleased to be showing FIRE and WILDE for the very first time here in Portugal by kind permission of Filmes Lusomundo and Filmes Castello Lopes respectively. Our thanks go lo Suzana Marinho for her selection of a large part of the lesbian films, and also lo the effort and commitment of Elsa Fereira, Manuel Morais and their team for sub-titling many of the films In Portuguese. An objective promised last year lo the public, which has largely been carried out this year. Finally, we want lo thank CML, ICAM and Cinemateca Portuguesa for their inestimable support and encouragement, without which we should have been unable to hold this third edition.
We sincerely hope that we can continue to work together so that the Lisbon public can continue to enjoy the Gay Lesbian Film Festival every year and the extensive range of films chosen for its entertainment.
Enjoy!
Celso Junior

3rd LGLFF - Rosa von Praunheim


Rosa von Praunheim é talvez, dos realizadores de cinema que conheço, o mais activista de todos. Toda sua obra é uma constante ode aos temas GLBT.
Rosa foi meu convidado em 1999 para a 3° edição do FCGLL, data em que também posou para mim.
Para conhecer melhor a obra e a vida do Rosa, visite o seu site em: http://www.rosavonpraunheim.de/
Rosa von Praunheim, probably is the more activist of the directors I ever knew.
All his work is a constant ode to subjects GLBT.
Rosa was my guest in 1999 for 3rd edition of the FCGLL, when he has posed for me. To better know his artwork as well as his life, visit his site at: http://www.rosavonpraunheim.de/
Photo: Rosa von Praunheim by Celso Junior

SAN SEBASTIAN (ZÉ PEDRO) by Celso Junior


SAN SEBASTIAN (ZÉ PEDRO)
Oil on Canvas – 1991
40cm x 60cm
Private Collection - Azores – Portugal
3rd Lisbon Gay and Lesbian Film Festival Image

4th Lisbon Gay and Lesbian Film Festival


4º FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA
15 a 30 de Setembro de 2000
TEMA: Ícones na cinematografia GLBT

Número total de filmes exibidos
. 77 filmes - curtas e longas metragens de ficção, documentários e animação

Número de sessões
. 49 sessões - distribuídas por 4 salas: Fórum Lisboa (700 lugares), Cinemateca Portuguesa (202 lugares), Cinema Ávila (135 lugares) e Fórum FNAC Chiado

Número total de espectadores:
. 11 803

Apoios Institucionais:
. Câmara Municipal de Lisboa
. ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia)
. Cinemateca Portuguesa
. ATL (Associação de Turismo de Lisboa)
. The British Council Instituto Britânico)
. Goethe Institut – Lissabon (Instituto Alemão)
. Institut Franco-Portugais (instituto Franco-Português)

Apoios não-institutcionais:
. FNAC
. Rosa Filmes
. Atalanta Filmes
. Chivas Regal
. Raposeira
. OCV (O Circo a Vapor)
. Casa das Artes

Divulgação externa:
. postais e cartazes distribuídos internacionalmente nos festivais congéneres
. Artigos nas várias publicações estrangeiras acreditadas no Festival

Divulgação Interna:
. spot publicitário foi apresentado 2 vezes por dia nos canais RTP1 e RTP2
. 80 Mupis distribuídos por Lisboa

Convidados:
. Simone de Oliveira (cantora e actriz homenageada do 4º Festival)
. Werner Schroeter (realizador alemão)
. Jeremie Elkaïm (actor francês)
. João Pedro Rodrigues (realizador português)
. John Scagliotti (realizador norte-americano)
. Jean Noël René Claire (realizador francês)
. Priscilla Pinto (realizadora portuguesa)
. Vasco Diogo (realizador português)
. Susan Muska (realizadora norte-americana)
. Gréta Ólafsdottir (realizadora sueca)
. Daniel Chabannes (distribuidor francês)
. Barry Digman (realizador irlandês)
. Harvey Marks (realizador norte-americano)
. Inés Núñez Veja (produtora e distribuidora espanhola)
. Maria Jésús Cuervo Cascos (produtora e distribuidora espanhola)

Imprensa estrangeira acreditada:
. António Pasolini (Londres) – pelas revistas FILMWAVES e AXIOM
. Arlindo Constantino (Paris) – pela revista TETÛ
. Fausto Colombo (Milão) – pelas revistas KULT e BABILONIA
. Gregg Kilday (Los Angeles) – pelas revistas THE ADVOCATE, VARIETY e PREMIERE
. Ricardo Llamas (Madrid) – pela revista ZERO
. Richard Smith (Londres) – pela revista GAY TIMES
. Robin Ibbeson (Manchester) – pela revista FLUX
. Wendy Ide (Londres) – pela revista DAZED & CONFUSED
. Javier Garcia - correspondente em Lisboa do jornal espanhol EL PAIS

designer - Gonçalo Diniz

Texto de Abertura do 4° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa


A quarta edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa vai uma vez mais acontecer, desenvolvendo e aprofundando temas já abordados nos anteriores Festivais, sob novas e variadas perspectivas.
Neste ano, o Festival rende-se ao imaginário gay, que, povoado de mitos e ícones universais, contribui para a redefiniçào de estéticas, valores e comportamentos nesta área.
Com a duração de três semanas, o Festival antecipa-se com uma série de filmes no Fórum FNAC Chiado, subordinada ao “camp”. Sinônimo de exuberância, de excesso e de brilho, o “camp” é uma das traduções possiveis daquele imaginário. No decurso deste ciclo, de uma semana, serão apresentados alguns classicos, seleccionados em função das actrizes, dos actores e das personagens que eles encarnam. Terão, assim, oportunidade de rever Marlene Dietrich, ou Elisabeth Taylor, ou ainda David Bowie, entre outros.
Um dos momentos altos da abertura deste Festival é o da homenagem a Simone de Oliveira. Figura impar da música portuguesa, que demonstrou, ao longo da sua carreira, humanidade, generosidade e coragem, Trata-se de qualidades que fazem com que Simone mereça o nosso publico elogio. Depois há ainda o outro lado, o dos vestidos, o da voz profunda e o da força como ela pisa o palco que, em conjunto com todos os outros elementos, a transformam num icone.
Outra vertente do imaginário gay é a que se relaciona com a inspiração das divas, que surgem em diversos dos filmes seleccionados neste ano. Dai a opção por uma, para imagem quer do cartaz quer de outros materiais promocionais do Festival. Muito embora, e de acordo com o espirito de liberdade que caracteriza este certame outros prefiram interpretar aquela imagem de outras formas. Um direito que lhes assiste.
Relativamente ainda ás divas, é de apontar a noite Transgender, uma vez que são numerosos os exemplos de divas transgenders. A realização desta noite, uma tradição já deste Festival, ira contudo, ter este ano uma tónica diferente, uma vez que vai ser exibido o documentário The Bandon Teena Story, que, de forma dramatica, relata a sua vida. Este documentário terá inspirado o oscarizado Boys Don’t Cry. De sublinhar a presença nesta noite, de Susan Muska e Greta Ólafsdottir, as duas realizadoras do documentario.
Este ano, o Festival apresenta três ciclos: Filmes Actuais Franceses, Derek Jarman e Jeen Noel René Clair. Do primeiro destacam-se Goutes D’ Eau Sur Pierres Brûlantes de François Ozon, vencedor do Teddy deste ano, do Festival de Berlim e Presque Rien, de Sébastian Lifshifz. No segundo, não se pode deixar de sublinhar o excelente documentário There We Are John, realizado por Keri McMullen. Finalmente, JNRC, realizador polémico, pela irreverência e originalidade, na forma como faz pornografia constitui uma referência na cinematografia deste género. A decisão de incluir este ciclo no Festival tem a ver com o assumir desta vertente e com o lugar que esta ocupa no cinema em geral.
Apesar de ser temático, o Festival esta aberto a outios tipos de filmes, que pela história, ou pelo “campness”, se possam relacionar com o imaginário gay. Exemplo desta abertura é a realização, pela primeira vez este ano, da Straight Night, no decurso da qual irá ser exibido o fiIme Hotel Splendide, realizado por Terence Gross. Esta noite é, igualmente, testemunho de um dos princípios mais caros ao Festival que dirijo, o da oposição à lógica de guetização, já que esta só pode levar a exclusão.
Tal como em anos anteriores, a colaboração e, mais do que isso, o encorajamento que a CML, o ICAM e a Cinemateca Portuguesa nos prestaram – o que espero se repita nos próximos anos – é crucial para o sucesso deste evento. De realçar ainda a aposta renovada dos Institutos Culturais Alemão, Britânico e Franco-Português, que igualmente contribuem de forma decisiva para o Festival. Não se pode deixar ainda de salientar a participação da FNAC. Gostaria também de dar as boas vindas este ano à Atalanta Filmes com quem desde já formulo votos de voltar e colaborar no futuro.
Tenho também de prestar aqui uma homenagem. quer aos amigos do Festival, todos aqueles que mantêm este projecto vivo, especialmente nos momentos mais difíceis, quer, e muito em particular, ao coordenador de equipe de tradução e respectivos voluntários.
A legendagem de filmes é uma aposta deste Festival no sentido de o tornar mais acessível para todos, possibilitada quer pala motivação, quer pelo espírito de equipa quer ainda pela capacidade de trabalho demonstrada, vezes sem conta, ao longo de largos meses.
O modelo seguido pelo Festival deste ano revela um amadurecimento do mesmo. Depois da na primeira edição, se ter optado por um Festival retrospectivo, de na segunda o experimentalismo ter sido nota dominante e de, na terceira, se ter previlegiado o cinema mainstream, a quarta edição denota um claro equilibrio entre estas três soluções.
O Festival ao longo do tempo, ganhou uma dinâmica própria conferida em larga medida pela equipa que o mantém vivo durante os doze meses do ano e que é a principal responsável pela sua existência. Esta equipa, composta por voluntários, alguns dos quais associados da ILGA-Portugal, ganhou este ano uma vida própria o que me leva a questionar e a ter de reavaliar o modelo organizativo do Festival nos próximos anos. Isto é, o desenvolvimento do Festival, a sua projecção como um dos certames de referência dentro e fora da Europa e a solidificação da conquista do espaço, que já detém, na cidade de Lisboa, abrem o caminho a um outro olhar sobre este projecto.
Um olhar que se quer solidário, dinâmico e sobretudo concentrado em abrir novos mundos a Lisboa.
Divirtam-se
Celso Júnior

4th LGLFF - Opening Message


The fourth edition of the Lisbon Gay and Lesbian Film Festival is, once again tacking place and developing and looking at the themes of previous Festivals them many new and varied pints of view.
This year the Festival is given over to gay imagery that, peopled as it is by universal myths and icons, has contributed se much to the redefining of aesthetics, values and behaviour, in this area.
The three-week Festival begins will a series of films on the subject of camp, to be shown in the FNAC Forum-Chiado. Camp, a synonym for exuberance, excess and glitter, is one of the possible translations of that imagery. During this week-long cycle some of the classics chosen in relation lo the actors, actresses and the characters they created will be shown providing an opportunity to see yet Marlene Dietrich, Elizabeth Taylor and David Bowie among others.
One of the highlights of the opening of this Festival is the special homage to Simone de Oliveira an outstanding figure on the Portuguese musical scene, and one who, throughout her career, has shown humanity, generosity and courage. Not only do these qualities deserve public praise but there is also the pleasure of her deep voice, her clothes and superb on-stage presence, along with so many other elements that have made her an Icon.
Another facet of gay imagery is that related to the inspirational qualities of divas, which appear in a number of films selected this year, and have stimulated the choice of posters and other promotional materials for the Festival. This was the thinking behind that choice, though I may be interpreted as wished, for freedom of choice is one of the cornerstones of this Festival.
Attention should be drawn to Trans-gender night too, as there are numerous examples of trans-gender divas. This particular evening already a tradition at the Festival will be somewhat different this year as the documentary The Brandon Teena Story, that tells the dramatic story of his life will be shown Susan Muska and Greta Olafsdotter, the makers of this documentary, inspired by the Oscar winning Boys Don’t Cry, will be present at the showing of the film.
This year, the Festival is made up of three cycles: Present day French films, Derek Jarman: Jean Nöel Rene Clair. Gouttes d’Eau sur Pierres Brûlantes by François Ozon (winner of the Teddy at the Berlin Film Festival this year) and Presque Rien, by Sebastian Lifshitz, are just two of the interesting films to be shown. The second cycle will include, among others, the excellent documentary There We Ere John, directed by Kery McMullen, Finally, there is JNRC, whose irreverence and originality of direction make his work a frame of reference in the pornographic cinema. The decision to include this facet in the Festival was taken because it exists and is accepted as having a place in the cinema in general.
Despite being thematic the Festival is open to all kinds of films that can, through their narrative of camp quality be related to gay imagery. An example of this is this year’s first Straight Night, during which the film Hotel Splendide by Terence Gross will be shown. This evening is also an example of one of the basic principles of the Festival I direct, its opposition to any tendency towards a ghetto mentality that in turn, can only lead to exclusion.
As in previous years, the collaboration and, more than that, the encouragement given us by CML ICAM and Cinemateca Portuguesa which I hope will be repealed in years lo come, has been crucial to the access of this event. The Franco-Portuguese, German and British Cultural Institutes have, once again, contributed in a decisive manner lo the Festival, as has FNAC. I would also like to welcome for the first time this year Atalanta Filmes, with whom we hope lo collaborate in the future. I would also like to thank all those who keep this project going, especially in those inevitable moments of stress and strain. In this context I would particularly like to mention the co-ordinator of the translation team and the respective volunteers. By sub-titling the films this year we aim to make the Festival accessible lo all and this has been made possible by the teams motivation, spirit of cooperation and hard work in recent months.
The model of this years Festival shows greater maturity in the first edition we opted for a retrospective, in the second for experimentalism and in the third for mainstream cinema and this, the fourth edition, denotes a clear balance between the three solutions. The Festival has, with time, created its own dynamic, conferred primarily by the team that keeps it going for twelve months of the year and is responsible for its existence. This team, made up of volunteers, some of them members of ILGA-Portugal has developed a life of its own, which has led me to question and re-evaluate the organization of the Festival, in the future. That is to say, the development of the Festival, its projection as one of the standards of reference for exhibitions in Europe and further afield and the permanence of the space, which have together, in the city of Lisbon, already opened the way to seeing this project from another perspective. A perspective that is stable, dynamic and, above all focused on opening new worlds lo Lisbon.
Enjoy!
Celso Junior

4th LGLFF – Images


4th LGLFF - Guests


Atrás da esquerda para a direita:
Harvey Marks (realizador norte-americano) SWALLOWS, Gregg Kilday (Los Angeles) – pelas revistas THE ADVOCATE, VARIETY e PREMIERE, Amandio Coroado (produtor de O FANTASMA), Ricardo Llamas (Madrid) – revista ZERO abraçado à Inés Núñez Veja (produtora e distribuidora espanhola), Margarida Moz, Fausto Colombo (Milão) – pelas revistas KULT e BABILONIA, Celso Junior, João Pedro Rodrigues (realizador português – realizador de O FANTASMA), Robin Ibbeson (Manchester) – pela revista FLUX , Wendy Ide (Londres) – pela revista DAZED & CONFUSED e Richard Smith (Londres) – pela revista GAY TIMES.
Embaixo da esquerda para a direita:Arlindo Constantino (Paris) – pela revista TETÛ, Daniel Chabannes (distribuidor francês) e António Pasolini (Londres) – pelas revistas FILMWAVES e AXIOM

4th LGLFF - WERNER SCHROETER


For me Werner Schroeter is “the German cinema's greatest marginal filmmaker.”
Beginning his filmmaking career in the 1960s, Schroeter has been an important and influential proponent of the New German Cinema, although his personal eccentricities and refusal to use conventional narrative tools in his films have rendered his work somewhat obscure and less marketable than some of his more famous contemporaries such as Rainer Werner Fassbinder, Werner Herzog and Volker Schlöndorff.
I can’t forget our first meeting (February 2000) at his hotel in Berlin; he was excited with the invitation to come to Lisbon and expressed his emotions shaking hands (fingers covered by huge rings) and feet as well as screaming in a funny way.
My favourite films are:
. Poussières d'amour - Abfallprodukte der Liebe (1996) aka Love's Debris
. Malina (1991)
. Rosenkönig, Der (1986) aka O Rei das Rosas (Portugal)
Werner Schroeter photographed by Celso Junior during his visit to the 4th edition of Lisbon GLFF

4th LGLFF - Simone de Oliveira


Simone de Oliveira foi a Homenageada no 4° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa (2000)

4th LGLFF - Simone de Oliveira


A escolha foi feita por se tratar de um reconhecido Ícone dos GLBTs e este era o tema deste Festival.Indiscutivelmente esta edição foi um grande sucesso a todos os níveis.Já que se trata de memória, creio ter chegado o momento de eu começar a contar algumas histórias da nossa História como Festival.
Na noite de Abertura esteve a TVI filmando e entrevistando Simone de Oliveira, normal e esperado visto ser esta a função da Comunicação Social, o inusitável foi o facto que ao sair a reportagem, esta rezava o seguinte texto: Simone de Oliveira homenageada pela Câmara Municipal de Lisboa... blá,blá,blá...
Nem uma única menção ao Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, durante toda uma longa reportagem, como se tal Festival não existisse e de um outro evento se tratasse.
Será este mais um caso desta HOMOFOBIA dissimulada de que tanto falo? Ou estarei eu sendo paranóico?

4th LGLFF - O FANTASMA by João Pedro Rodrigues


O FANTASMA (2000)
Directed by João Pedro Rodrigues
Also Known As: Phantom (International: English title)
Cast: Ricardo Meneses as Sergio, Beatriz Torcato as Fátima, Andre Barbosa as João, Eurico Vieira as Virgílio
Runtime: 90’
Country: Portugal
Colour: Colour (DeLuxe)
Sound Mix: Dolby

4th LGLFF - O FANTASMA by João Pedro Rodrigues



No one can live without love! The protagonist is not necessarily likeable, but the film maker ensures he is compelling, both physically in the way he moves and reacts, and emotionally as he responds to people and, especially, things. It is shot mostly at night, wonderfully catching the colours in what we usually think of as black. Not many films keep coming back to the mind as this one does, just for its beauty, and the success with which it shows how an obsession can consume a person.

O FANTASMA by João Pedro Rodrigues


Com João Pedro Rogrigues em Paris (Dezembro de 2000) durante a apresentação de O FANTASMA no Festival de Cinema Gay e Lésbico de Paris
João Pedro Rogrigues and I - Paris (December de 2000) Screening of O FANTASMA at Paris Gay and Lesbian Film Festival

MY BOOT COLLECTION - a special gift...


Botas utilizadas pela personagem João (André Barbosa) em O FANTASMA de João Pedro Rodrigues.
Oferecidas por João Pedro Rodrigues ao então Director do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, Celso Junior.
O FANTASMA teve sua Estreia Mundial no 4° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa em Setembro de 2000.
Boots used by the character João (André Barbosa) in the feature O FANTASMA by João Pedro Rodrigues.
Offered by the film director himself to the then Director of the Lisbon Gay and Lesbian Film Festival, Celso Junior.
O FANTASMA had its World-Wide Première at the 4° Lisbon Gay and Lesbian Film Festival on September 2000 with a record of 1.500 spectators

GEORGINA by Celso Junior


GEORGINA
Oil on canvas 1994
96cm x 68cm
4th Lisbon Gay & Lesbian Film Festival’s Poster
Private Collection – Madrid - Spain

5º FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA - 5th LGLFF


5° FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA
14 a 29 de Setembro de 2001
TEMA: A questão dos géneros

Número total de filmes exibidos
. 81 filmes - curtas e longas metragens de ficção, documentários e animação
. 12 filmes (exibidos em 3 ciclos promocionais no Fórum FNAC Chiado que antecederam a abertura oficial do Festival)

Número de sessões
. 74 sessões - distribuídas por 4 salas: Fórum Lisboa (700 lugares), Cinemateca Portuguesa (180 lugares), Auditório do Institut Franco-Portugais (270 lugares), Teatro do Campo Alegre no Porto (70 lugares) e Cinema King
. 12 sessões – Ciclos promocionais no Fórum FNAC Chiado

Número total de espectadores:
. cerca de 12 000 (a totalidade das sessões na FNAC e no Instituto Franco-Português, bem como algumas sessões no Fórum Lisboa foram de entrada livre sendo por isso a contagem de espectadores em valores aproximados)

Apoios Institucionais:
. Câmara Municipal de Lisboa
. ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia)
. Cinemateca Portuguesa
. ATL (Associação de Turismo de Lisboa)
. The British Council (Instituto Britânico)
. Goethe Institut – Lissabon (Instituto Alemão)
. Institut Franco-Portugais (instituto Franco-Português)
. Instituto Cervantes (Instituto Espanhol)
. Embaixada de Espanha
. Fundação Ciência e Desenvolvimento
. CEAS (Centro de Estudos de Antropologia Social do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa)

Apoios não-institutcionais:
. FNAC. Atalanta Filmes
. Chivas Regal
. OCV (O Circo a Vapor)
. Revista Première
. Revista ZERO (Espanha)
. NAV. Air Europa
. Lufthansa
. 7º Céu Bar

Divulgação externa:
. postais e cartazes distribuídos internacionalmente nos festivais congéneres
. A revista Zero espanhola publicou um artigo de antecipação do evento e distribuiu com a sua edição de Setembro a programação do Festival num guia destacável sobre a cidade de Lisboa
. Artigos em várias das publicações estrangeiras acreditadas no Festival

Divulgação Interna:
. Publicação de um encarte dedicado ao Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa distribuído com a edição de Setembro da revista de cinema Première
. spot publicitário foi apresentado 2 vezes por dia nos canais RTP1 e RTP2
. matérias no Canal SIC RADICAL
. 80 Mupis distribuídos por Lisboa

Convidados:
. Vicente Molina Foix (escritor e realizador espanhol)
. Enrique Alcides (actor espanhol)
. Bruce LaBruce (realizador canadiano)
. Baltasar Kormákur (realizador islandês)
. Ilan Duran Cohen (realizador francês)
. Jürgen Brüning (realizador, produtor e distribuidor alemão)
. Jean-Baptiste Erreca (realizador francês)
. Sue Maluwa-Bruce (realizadora Zimbabwe)
. Dieter Bach (actor alemão)
. Jorge Torregrossa (realizador espanhol)
. Alain Burrosse (realizador francês, responsável pela secção documental do CANAL + francês)
. Florence Fradelizi (realizadora francesa)
. Lionel Bernard (realizador francês)

Imprensa estrangeira acreditada:
. António Pasolini (Londres) – pelas revistas G-MAGAZINE,RAINBOW NETWORK e BLUE
. Ricardo Llamas (Madrid) – pela revista ZERO
. Luise Caroline (Londres) – pela revista DIVA
. Wendy Ide (Londres) – pela revistas DAZED & CONFUSED, UNCUT MAGAZINE, TIME OUT e jornal SUNDAY HAROLD
. Christina Nord (Berlim) – pelo jornal TAZ
. Jutta Platte (Berlim) – pelo jornal LESSPRESS
. Pascal S. Edelmann (Berlim) – pelo jornal DIE WELT e revista SIEGESSÄULE

designer - Gonçalo Diniz

Talking about the 5thLGLFF


O amor é que é essencial
O sexo é só um acidente
Pode ser igual

Ou diferente

Poesias Inéditas
Fernando Pessoa
Obra PoéticaVol. III
Ed. Círculo dos Leitores

Na sua 5ª edição, o Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, a decorrer entre os dias 14 e 29 de Setembro, veste-se uma vez mais de cor e renovado glamour, constituindo um momento forte de festa e alegria para os amantes de cinema. Este ano com um motivo adicional de comemoração: o do 5º aniversário deste certame.
Nesta edição, à semelhança, aliás, do que tem acontecido nas outras edições, as sessões do Festival decorrerão nos seguintes espaços: Fórum Lisboa, Cinemateca Portuguesa (este ano sediada no Palácio Foz), numa sala a determinar pela Atalanta Filmes (Cinema King – a confirmar) onde será apresentada toda a obra em retrospectiva de Pedro Almodóvar, Institut Franco-Portugais onde decorrerá um Ciclo sobre Sexualidades com colóquios e presença de alguns realizadores, e para terminar FNAC Chiado onde decorrerão três ciclos de cinema com o objectivo de promover e divulgar o Festival durante os meses de Junho, Julho e Setembro.
As identidades dos géneros é o tema de fundo que inspira e enforma o Festival deste ano. Ao longo dos tempos, discutiu-se, para além do masculino e do feminino, a própria existência ou não do terceiro género e do seu conceito. Neste Festival, pretende-se ir mais longe – tal como dizia Fernando Pessoa “o amor é o que importa, o sexo é um acidente” – e abordar cada género por si, pelas suas idiossincrasias e, especialmente, pela visão que um género possa ter do outro. Vamos, deste modo, pôr homens a falar de mulheres, mulheres a olhar sobre os homens, bem como homens a verem-se a si próprios e mulheres a analisarem mulheres. Por tudo isto, será pois interessante ver a forma como Pedro Almodóvar trata o universo feminino ou como Claire Denis mostra a masculinidade.

Texto de Abertura do 5° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa


É tempo, uma vez mais, para outra edição, a 5a, do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, oportunidade singular para novamente desenvolver e aprofundar temas já abordados em edições anteriores, bem como para lançar novos temas e novas questões, provocando renovadas inquietudes.
Com a duração de duas semanas, o Festival deste ano foi antecipado pelos três ciclos de cinema exibidos ao longo do Verão no Fórum da FNAC-Chiado. Tratou-se de uma iniciativa que, à semelhança do ano passado, contou com o apoio enérgico da FNAC, conhecendo assinalável êxito.
Neste ano, o Festival foca, sob diversos pontos de vista, por vezes até contraditórios, a temática, sem dúvida complexa e pouco consensual, da identidade dos géneros. Inúmeros autores têm, ao longo dos tempos, analisado esta questão, procurando definir o que é masculino, feminino e transgender, muitas das vezes à luz de critérios religiosos ou morais, entre outros.
Talvez mais adequado aos tempos actuais é o pensamento da autora americana Eva Figes que aponta como fenómeno originador das diferenças entre masculino e feminino a doutrinação. Ou seja, o ser humano é o que a sociedade, da qual ele faz parte, quer que ele seja. As diferenças não são inatas, mas adquiridas.
Não será, pois, natural que numa sociedade mais livre, em que os direitos individuais sejam aprofundados e enriquecidos, as identidades dos géneros esmoreçam? E que a diversidade seja criada por cada indivíduo?
Afinal, como dizia Pessoa, “o amor é que é essencial, o sexo é só um acidente".
Foi a partir destas ideias que se optou por seleccionar filmes como La Confusion des Genres, de Ilan Duran Cohen; Beau Travail de Claire Denis e que se decidiu prestar homenagem ao extraordinário universo de Pedro Almodóvar. É também por este motivo que continuamos a julgar importante incluir a temática straight neste Festival. Este ano alargámos para três as Noites Straight onde serão exibidos filmes tão diferentes entre si mas todos eles abordando temáticas que justificam a sua inclusão num Festival que pelo título se poderia julgar desajustado à sua exibição, mas onde cabem, afinal, todas as formas de estar na vida. Também as Noites Transgender são já uma tradição no nosso Festival e contam este ano com a exibição de três filmes onde o tema é tratado de forma distinta: La Différence, uma curta metragem de animação; Yo Soy Asi e The Iron Ladies são as propostas transgender deste ano, que, estou certo, serão suficientes para agradar os gostos mais diversos. Repetidas também vão ser as ‘Noites Hard’ desta vez dedicadas à retrospectiva do trabalho do realizador canadiano Bruce LaBruce, que estará connosco neste Festival. Bruce LaBruce, é um realizador conceituado que tenta com o seu trabalho conciliar a arte e a pornografia libertando-se dos preconceitos de ambas as áreas e seguindo um rumo muito próprio que vale a pena conhecer. Para além de Bruce LaBruce, o Festival orgulha-se de ter entre os seus convidados nomes como o de Vicente Molina Foix, Ángela Molina, Eusebio Poncela, Loles Léon, Baltasar Kormákur, Ilan Duran Cohen, Tsai Ming -Liang Alain Burosse, Jorge Torregrossa, Sue Malawa Bruce, Marie-Pierre Huster, entre outros realizadores e actores, a quem quero desde já agradecer.
E os agradecimentos vão também, e em primeiro lugar, para a Câmara Municipal de Lisboa que, tal como nos anos anteriores, tem apoiado, encorajado e acarinhado este Festival, quer através dos vários departamentos que connosco colaboram, quer na própria pessoa do Senhor Presidente da Câmara, Dr. João Soares. Sem eles não haveria Festival. Agradeço ainda aos institutos culturais alemão e britânico que continuam a apoiar este projecto, ao ICAM, à Cinemateca Portuguesa, à ATL e à FNAC, cujos apoios se repetiram este ano, fazendo-nos acreditar no sucesso das edições anteriores e apostar cada vez mais em sucessos futuros. E muito particularmente quero agradecer ao Instituto Cervantes e à Embaixada de Espanha pela colaboração na nossa homenagem ao cinema espanhol, e ao lnstitut Franco-Portugais pelo apoio e colaboração na selecção dos filmes do Ciclo das Sexualidades, destacando o importante contributo de Dominique Chastres. Ainda na sequência deste ciclo, não posso deixar de agradecer aos convidados presentes no debate promovido no âmbito deste acontecimento. Reservo ainda um agradecimento ao Centro de Estudos de Antropologia Social pela colaboração na organização do debate promovido em torno de alguns dos filmes exibidos. Para a equipa de tradução vai também um agradecimento especial pelo trabalho e dedicação numa área do Festival que nos é cara: a da legendagem da totalidade dos filmes exibidos, tomando-os acessíveis a todos os espectadores.
Novidade este ano é a da organização do Festival pela recém criada Associação Cultural Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, uma associação sem fins lucrativos e apartidária, criada a pensar na organização do evento. Deve sublinhar-se, não obstante, que este certame nasceu, cresceu e adquiriu a sua maturidade no seio de uma outra associação, a lIga-Portugal, a qual ocupa um lugar ímpar no panorama das organizações GLBT portuguesas, quer pelo trabalho desenvolvido, quer pelo respeito que alcançou e que merece toda a gratidão do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa.
Um Festival que renova e alarga os seus espectadores todos os anos, conseguindo uma cada vez maior participação, envolvimento e cumplicidade da cidade de Lisboa, que demonstra assim o seu empenho, à semelhança do passado, em trilhar novos caminhos e em descobrir novos mundos em liberdade.
Divirtam-se!
Celso Júnior

5th LGLFF - Opening Message


Once again it is time for another edition, the 5th, of the Lisbon Gay and Lesbian Film Festival, which provides an opportunity to develop and study in-depth, subjects that have already been touched on in other editions, as well as new themes and issues that provoke renewed cause for concern.
The festival, lasting two weeks, was anticipated this year by three cycles of films shown during the summer in the Forum at FNAC-Chiado. This initiative organized, as it was last year, with the energetic support of FNAC has been highly successful.
This year, the festival focuses from various points of view, at times contradictory, on the undoubtedly complex and seldom consensual subject of gender. Numerous authors have, over time, analyzed this question, seeking to define what is masculine, feminine and transgender, often in the light of religious, moral and other criteria. Perhaps more suited to the present day, however, is the thought of the American author Eva Figes who puts forward the theory that indoctrination is the phenomenon from which masculine and feminine differences originate. In other words, a human being is what the society, of which he or she is part, wants him or her to be. Differences are not innate, but acquired. Would it not be more natural in a freer society, in which individual rights are enhanced and enriched, for diversity to be created by each individual and gender identity be discouraged?
For in the end, as the Portuguese poet Fernando Pessoa wrote, “Love is essential, sex a mere accident”.
It was from these ideas that I decided to choose films such as La Confusion des Genres, by Ilan Duran Cohen; Beau Travail by Claire Denis and to pay homage to the extraordinary universe of Pedro Almodóvar.
It is also for this reason that we continue to include a straight theme in this festival. This year we have actually chosen three “Straight Nights” where films, very different from one another will be shown. All of them deal with subjects that justify their inclusion in a festival that by its very title might be assumed unlikely to exhibit them, but where all ways of life and living are included.
“Transgender Nights” are repeated again this year, with three films where the theme is dealt with in, three different ways: La Différence, a short animated film; Yo Soy Así and The Iron Ladies are the transgender choices for this year and will, we are sure, suit all tastes.
Also repeated are Hard Nights”, this year dedicated to a retrospective of the Canadian director Bruce LaBruce, who will be attending the Festival LaBruce is a well-known director who, through his work tries to conciliate art and pornography freeing them from the prejudices of both areas and following bis own course which is well worth discovering.
Besides Bruce LaBruce, the Festival is proud to have among its guests such well-known names as Vicente Molina Foix, Ángela Molina, Eusébio Poncela, Loles Léon, Baltasar Kormákur, Ilan Duran Cohen, Tsai Ming-Liang, Alain Burosse, Jorge Torregrossa, Sue Malawa Bruce, Mane-Pierre Huster, among other directors and actors. We would like to express our gratitude to them and also our pleasure in their company.
Our thanks also go, first and foremost to Lisbon, City Council which, as in previous years, has supported, encouraged and fostered this festival through the various departments which have collaborated with us, and through the Mayor himself, Dr. João Soares. Without their loyal support there would not be a Festival. We would also like to express our thanks to the German and British cultural institutes which have continued to support this project. Thanks also to ICAM the Portuguese Film Institute, Cinemateca Portuguesa, ATL and FNAC, who have yet again provided funding based on the success of previous FestivaIs and their faith in future editions. Most particularly we want to thank the Instituto Cervantes and the Spanish Embassy for their cooperation in our homage to the Spanish cinema, and to the lnstitut Franco-Portugais for the support and collaboration in the selection of the films of the Sexualities Cycle, underlining the contribute of Mr. Dominique Chastres. Regarding thes cycle, I’m also thankful to the guests present in its final round table. I reserve still a recognition word to the CEAS for their collaboration in the round table promoted around a few of the screened films in this Festival Special thanks go too to the translating team who have worked so hard and long on subtitling all the films exhibited, to make them accessible to all spectators.
A new facet this year has been the recently created Cultural Association of the Lisbon Gay and Lesbian Film Festival, a non-profit making, non-political organization set up to advise on the organization of the event. It should, however, be emphasized that this event was born, grew and reached maturity under the auspices of another association - Ilga-Portugal. This association is unmatched in the panorama of Portuguese GLBT organizations; both for the work it has developed and the respect it has attained, and fully deserves the gratitude of the Lisbon Gay and Lesbian Film Festival.
This Festival attracts regular and new spectators every year, succeeding in attaining ever greater participation, involvement and support from the city of Lisbon, which once again is demonstrating its commitment, as it did in the past, to treading new pathways and discovering new, free worlds.
Enjoy yourselves!
Celso Júnior
Foto/Photo: Margarida Moz, Celso Junior e Enrique Alcides (Spanish Actor)

5th LGLFF - PREMIÈRE – Sept 2001

5th LGLFF - Bruce LaBruce


In his 20s, Toronto-based Bruce LaBruce edited and produced 'homo punk' fanzines and super 8 movies (Boy/Girl, I Know What It's Like To Be Dead, Bruce and Pepper Wayne Gacy's Home Movies, Slam!) which contributed to the launch of the so-called radical Homocore or Queercore movement in Canada and elsewhere.
His first legitimate porn movie, Skin Flick (1999), about "a gang of adorable neo-nazi skinheads which breaks into the home of an annoying, mixed-race, salt-and-pepper, bourgeois gay couple and sexually terrorizes them," was shot in London and produced in Berlin.
In 1998, LaBruce became a professional visual artist and writer, as a photographer and columnist for such gay porn magazines as Honcho and Inches, and as a photographer, writer, interviewer, and contributing editor for New York's Index Magazine. LaBruce writes regular columns for Toronto's eye Magazine, a free weekly, and Exclaim, an alternative music monthly, and now has a monthly column in Inches magazine entitled "Bruce LaBruce Must Be Killed". His 1997 book of memoirs, The Reluctant Pornographer, was preceded by Ride, Queer, Ride, a catalogue of his artistic work.
A retrospective of LaBruce’ films were shown in Lisbon during the 5th Festival de Cinema Gay e Lésbico (2001)

5th LGLFF - Bruce LaBruce – Retrospective


Realizador, escritor, actor e fotógrafo, Bruce Labruce é um dos nomes mais importantes no cinema alternativo, e um dos fundadores do movimento queer core, quando começou a escrever “fanzines” homo punks em meados da década de 80 na sua terra natal, Toronto. Os seus filmes são “sexys” e fortes, caracteristicamente amarrados a imagens de punks e skinheads, sem se limitar aos padrões estéticos convencionais.
NO SKIN OF MY ASS – 1991
Primeiro filme do realizador, mostrando o relacionamento conturbado entre um cabeleireiro muito efeminado (interpretado sem nenhum esforço pelo próprio Bruce) e o seu namorado skinhead (interpretado pelo seu então namorado) Klaus Von Brucker.
SUPER 8 ½ - 1994
Um ex-actor e realizador pornográfico decadente (o próprio Bruce) conta a sua vida para uma realizadora de cinema lésbica.
HUSTLER WHITE – 1996
O mais conhecido e clássico do realizador, mostrando o dia a dia de um chulo (interpretado por Tony Ward, modelo famoso pela sua participação no videoclip "Justify My Love", da Madonna) em West Hollywood, uma das cidades mais gays do mundo. Muito sexy, com skinheads, punks, chulos e outros freaks. A banda sonora inclui várias bandas de queer core.
SKIN FLICK and SKIN GANG – 1999
Primeiro filme assumidamente pornográfico de Bruce Labruce, que conta a história de um bando de skinheads gay que invade o lar de um casal americano os para sodomizar.

5th LGLFF - Ilan Duran Cohen


Ilan Duran Cohen vive e trabalha em Paris. Estudou cinema na New York University Film School. Em 1991, realiza a sua primeira longa metragem “Lolla Zipper”. Nesse mesmo ano, decide parar momentaneamente a realização para se dedicar à escrita. Em 1997, o seu primeiro romance “Chroniques Aliciennes” é publicado pelas edições ACTES SUD. E dois anos depois, sai “Le Fils de la Sardine”.O humor cínico e a sensibilidade destes dois primeiros livros transparecerão nesta sua segunda longa-metragem “La Confusion des Genres”. Ilan foi meu convidado em 2001 e esteve presente no 5° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa.

5th LGLFF - Baltasar Kormakur


Nascido em 1966 na Islândia, Baltasar Kormakur é um dos actores mais conhecidos e populares da sua geração no seu país de origem. É contudo como director de peças de teatro que impõe o seu nome. “Hair”, a primeira peça que põe em cena, é um verdadeiro êxito. Apresenta outras numerosas produções teatrais, passando facilmente da comédia musical a peças saídas do repertório clássico como Hamlet. 101 Reykjavik marca a sua estreia como realizador.Baltasar Kormakur esteve presente na 5° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa

5th LGLFF - Guests


Miguel Ángel Lopez (Spanish ZERO Magazine’s editor), João Pedro Rodrigues ( O Fantasma’s Director), Me, Bruce LaBruce (Skin Flick’s Director) and Jürgen Bruning (Cazzo Films – Berlin)

THE KISS III (MANUEL JOÃO and LUÍS) by Celso Junior


THE KISS III (MANUEL JOÃO and LUÍS)
Oil on canvas 1994
64cm x 96cm / 25,15” x 37,35”
Exhibited in Milan Company Club 1996
Exhibited in Stockholm – SLM 1998
Exhibited at the L.A. EROTIC ART WEEKEND -Los Angeles – USA 2002
5th Lisbon Gay & Lesbian Film Festival Image
Exhibited at 1st Lisbon Erotic Fair - Portugal 2005
Exhibited at VAGEVUUR, Eindhoven – Holland 2005
Available

6º FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA - 6th LGLFF


6º FESTIVAL DE CINEMA GAY E LÉSBICO DE LISBOA
13 a 28 de Setembro de 2002
TEMA: Educação e Cidadania

Número total de sessões e filmes exibidos
. 65 sessões distribuídas pelo Fórum Lisboa, Cinemateca Portuguesa, Cine-Paraíso e Auditório da FNAC-Chiado
. 74 filmes, dos quais 58 longas-metragens e 16 curtas e médias metragens
. 1 filme em ante-estreia nacional

Número total de espectadores
. Fórum Lisboa: 17 sessões – 4 655 espectadores
. Cinemateca Portuguesa: 8 sessões – 701 espectadores
. Auditório FNAC-Chiado: as sessões da FNAC tiveram entrada livre pelo que não foi possível quantificar com precisão o número de espectadores; não obstante, a quase totalidade das sessões esteve lotada, estimando-se por isso que a média de espectadores por sessão tenha sido de 60 pessoas, o que, em 26 sessões, faz um total de cerca de – 1560 espectadores
. Cine-Paraíso: 14 sessões – 209 espectadores
. Cineclube de Faro: 3 sessões – cerca de 260 espectadores
. Número total de espectadores: 7 385 espectadores

Apoios Institucionais:
. Câmara Municipal de Lisboa
. ICAM (Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia)
. Cinemateca Portuguesa
. Goethe Institut – Lissabon (Instituto Alemão)
. Institut Franco-Portugais (instituto Franco-Português)
. Instituto Cervantes (Instituto Espanhol)
. Embaixada de Espanha
. Fundação Ciência e Desenvolvimento

Apoios não-institutcionais:
. FNAC. Atalanta Filmes
. Lufthansa. SIC Radical
. SAGA Turismo

Divulgação Interna:. spot publicitário foi apresentado várias vezes ao dia na SIC Radical

Convidados:
. Yvonne Bezerra de Mello (personalidade e activista brasileira Directora do Projecto Uerê)
. John Scagliotti (realizador americano)
. Dan Hunt (productor americano)
. Philippe Vartan Khazarian (realizador francês)
. Coleta Valkenburg (realizadora holandesa)

Talking about the 6th LGLFF


A primeira grande constatação na 6ª edição do Festival foi a redução dos apoios não apenas nos valores atribuídos mas na postura das entidades patrocinadoras que muito prejudicou o sucesso do evento. Se até à 5ª edição o Festival assistiu a um crescimento progressivo, a 6ª foi marcada por um retrocesso proporcional aos cortes orçamentais a que foi submetido.
Apesar de se ter conseguido manter a qualidade dos filmes exibidos, a promoção do evento ficou seriamente comprometida e isso reflectiu-se naturalmente na redução do número de espectadores (uma perda de cerca de 40%). Ao longo das duas semanas em que decorreu o evento, foram muitas as mensagens recebidas por email, oriundas principalmente do resto do país, pedindo informações sobre o evento. Se em Lisboa, mesmo com uma visibilidade menor, o Festival conseguiu ser apresentado, já o resto do país foi bastante afectado.
Mas a redução no número de espectadores muito fica a dever também à falta de legendagem das sessões. Nos últimos anos o Festival orgulha-se de conseguir compor uma equipa de voluntários que traduzem a totalidade dos filmes exibidos. Este trabalho, que o Festival consegue graças ao empenho e dedicação de muitas pessoas, foi este ano dispensado por não ter sido possível contratar uma empresa de legendagem electrónica que fornecesse o material e técnicos necessários ao procedimento. Este equipamento, que aliás deveria existir em salas como a do Fórum Lisboa, foi sempre suportado pela CML, responsável pela gestão da sala. Este ano, a autarquia cortou a verba destinada à legendagem o que impediu muita gente de assistir à quase totalidade das sessões. A única excepção foram os filmes exibidos na Cinemateca, cuja sala dispõe deste equipamento, que nos foi gentilmente facultado.
O estrangulamento orçamental do evento impediu o seu normal crescimento e obrigou a sacrifícios que apesar de não comprometerem a realização do Festival, afectaram seriamente o seu sucesso.
Passo a transcrever o discurso de Encerramento do 6º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, onde revelamos as dificuldades sentidas durante o último ano e as que se adivinham no futuro, caso o desinteresse dos que supostamente nos apoiam se continue a manifestar. Muito lamentamos que tenhamos tido que escrever estas palavras, mas acreditamos que os muitos que ainda apostam e desejam a continuidade deste Festival merecem todo o esforço e dedicação. Queremos pois tornar público o nosso descontentamento, esperando sinceramente que o mesmo sensibilize as pessoas para a necessidade de alterar a situação, combatendo a indiferença e conjugando esforços no sentido de salvar o Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa que atravessa o seu momento mais difícil.
Antes de proceder ao balanço do 6ºFestival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e instituições, cujo apoio, mesmo que nalguns casos ambíguo, foi fundamental para a realização do evento.
Lamentamos porém a ausência, durante todo o evento, de um representante da CML, o nosso maior patrocinador, a quem pudéssemos agradecer pessoalmente o apoio, sempre distante, mas ainda assim necessário. Uma ausência não apenas física, mas que se reflectiu também na opção de não incluir no nosso catálogo a habitual mensagem de abertura do Presidente da CML, que, sem excepção, abriu os catálogos das 5 edições anteriores.
A distância foi aliás o maior obstáculo com que este Festival se defrontou: vivemos num país de brandos costumes onde tudo é permitido desde que seja entre 4 paredes. Vim a perceber que se em Portugal não se verificam ataques frontais a esta comunidade isso deve-se sobretudo a um medo vigente de frontalidade – é muito mais fácil pecar pelo descaso e pela indiferença, que não deixam de ser uma forma hedionda de um preconceito vil.
Atrevo-me a dizer que o desinteresse e a distância são as formas mais frequentes de disfarçar o preconceito, e porque não dizê-lo, uma homofobia latente nos valores tradicionais e no conservadorismo de muitos dos nossos governantes.
Mas o desinteresse não se fica por aqui e acaba por ser claramente visível na forma como o Festival foi tratado pelos meios de comunicação social. Com excepção de algumas rádios que se empenharam em promover o evento,a maioria dos jornais e televisões, acabaram por concluir aquilo que a CML havia iniciado, ao cancelar, pela primeira vez a divulgação do evento através dos MUPIS que sempre surgiam pela cidade na altura do Festival, ao dedicarem escassas linhas a um evento cuja dimensão merecia maior destaque.
No dia da abertura do Festival um jornalista escrevia “Para quando a edição de um Festival de Cinema de Lisboa?” num artigo dedicado ao Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. Conscientes de que os lisboetas merecem mais filmes e um evento de maior alcance, este artigo evidencia também uma postura inquietante.
Se o Festival não fosse Gay e Lésbico mereceria uma maior divulgação?Serão duas palavrinhas que fazem a diferença?Aquilo que gostaríamos é que se falasse da qualidade da programação – bons ou maus, são os filmes que compõem o Festival que merecem destaque e não apenas o seu título.Será que a mesma programação organizada sob uma outra designação mereceria maior destaque? Fica a dúvida.
Apesar das adversidades, o Festival conquistou este ano o reconhecimento do Superior Interesse Cultural, por parte de Sua Excelência o Ministro da Cultura,Dr. Pedro Roseta. Um reconhecimento que nos poderia ter aberto as portas para o apoio de privados, que assim usufruiriam de uma série de benefícios fiscais sobre o valor dos patrocínios atribuídos, mas que em termos práticos não teve a relevância que pretendíamos, não nos trazendo novos patrocinadores privados.
Tudo isto nos coloca numa situação difícil face ao futuro do evento.Se este ano o Festival se realizou graças ao esforço e boa vontade das pessoas directamente envolvidas, quero deixar desde já claro que nestes termos o Festival não tem condições de continuar.
Este ano, os muitos sacrifícios, provaram inequivocamente que não basta que tenhamos vontade, é preciso ter dinheiro e apoios. Não podemos continuar a sacrificar a qualidade do evento e a nossa sobrevivência.
Mas se é verdade que a continuidade do Festival está seriamente comprometida,não o é menos que pela nossa parte o Festival não morrerá na apatia. Continuaremos a lutar por ele, por todos os meios e até ao fim.
É essa a nossa promessa para todos os que desde sempre se têm empenhado na sua realização.E por este ter sido um ano difícil – talvez o mais difícil – é que gostaríamos de agradecer mais insistentemente a algumas pessoas cujo esforço nos deu o ânimo que faltava nos momentos de maior sofrimento, entre elas o nosso público, sempre presente, sempre crítico e exigente. É para ele que fazemos o Festival e é por ele que lutaremos pela sua continuidade.
Celso Júnior

Texto de Abertura do 6° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa - Educação e cidadania


A Educação é a arte de trazer à luz aquilo que existe de latente em cada um de nós.
É esta a proposta que temos para fazer brilhar a 6° edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, que há meia dúzia de anos se vem afirmando como um dos relevantes eventos do calendário cinematográfico nacional. Uma mostra de cinema alternativo que reflecte a diversidade de energias renovadoras e uma manifestação de vitalidade que instiga a cidade para o respeito e o fascínio pelo mistério das diferenças.
Este ano o olhar é de dentro para fora, uma forma de iniciação na procura de forças interiores que ensinem a entender e a actuar sobre o exterior. Talvez um dos grandes problemas da nossa sociedade seja o crescente número de pessoas instruídas de alma negligenciada. Mentes e corpos que permanecem na penumbra das ideias por falta de oportunidade e de abertura. Não é já uma questão política mas humana.
A atitude tem de começar em nós, de dentro para fora da própria comunidade. É tempo de o Festival se abrir em busca da sua luz sem esperar que o foco sobre si incida. Este ano as temáticas com que nos identificamos assumem uma perspectiva mais profunda e reflexiva: a urgência de educar para conceitos tão nobres como a cidadania, o respeito, a tolerância e a liberdade. As recentes mudanças políticas no mundo, a apatia e o desprezo face aos fenómenos da pobreza e da exclusão, o fundamentalismo levado às instâncias do terror, o surpreendente crescimento na Europa dos partidos de extrema-direita com os seus discursos de ódio e discriminação, o sofrimento da espera por uma cura que apague as marcas de um virulento HIV em toda uma geração, são mazelas actuais que nos deixam inquietos.
Pareceu-nos pois oportuno alterar o tema do Festival, cujo plano de actividades para 2002 anunciava um olhar sobre a cultura do Fetiche, e aproximar a nossa contribuição a esta preocupante realidade com a apresentação de filmes que eduquem e tragam sentido às questões do coração.
Há seis anos como director deste evento, pretendo acima de tudo oferecer uma criteriosa selecção de 73 filmes que no seu conjunto falem por si mesmas. Concebi este programa para servir dois objectivos:
1. Mostrar cada obra, na sua totalidade e grandeza, pelo mérito e beleza que evocam, agrupando-as por temas que propõem uma relação de ideias.
2. Usar esta relação para explorar os conceitos de Educação e Cidadania na leitura que fazemos do mundo. Para que a aprendizagem nos obrigue a repensar esta coisa dos afectos.
Assim cabem nesta montra formas outras de lutar contra a obscuridade por esse lugar ao sol.
Na sua incursão pelas favelas, Monika Treut revela um Brasil descrente na defesa e integração das crianças de rua que o Projeto Uerê da activista Yvonne Bezerra de MelIo insiste em proteger da indiferença humana. É um filme inspirador e um testemunho surpreendente sobre uma verdadeira ‘Warrior of Light’, que marca de forma simbólica esta abertura para as questões sociais com as quais o Festival não podia deixar de estabelecer um paralelismo e uma proximidade muito fortes.
Outro exemplo que se impõe como um excelente objecto didáctico é o documentário Oliver Button is a Star de John Scagliatti, baseado no clássico de literatura infantil “Oliver Button is a Sissy” assinada por Tamie dePaola, que se traduz num belíssimo exercício de olhar sobre a saciedade contemporânea através da educação das crianças para a cidadania. O espectro da doença e a alienação em redor do HIV SIDA está também presente na forma intimista de tratar sentimentos, diluídas na abordagem directa ou subtil de filmes como Le Fate Ignoranti de Ferzan Ozpetek, Ma Vie en Plus de Brian Tilley e o brilhante Song From an Angel de David Weissman.
As Noites Transgender e os ciclos paralelos da FNAC e do Cinema Alemão abrem a leque das propostas Gay e Straight que vêm sendo uma tradição de sucesso ao longo das várias edições. Este ano as películas foram escolhidas entre os títulos mais recentes da produção cinematográfica internacional e grande parte delas concorre à atribuição de um prémio de público para as melhores curta, longa-metragem, e documentário.
Uma palavra ainda sobre a organização e realização deste certame. A conjuntura económica e as mudanças políticas que o país atravessa determinaram alguns sacrifícios orçamentais que se ficaram a dever ao emagrecimento dos subsídios atribuídos. Tal situação obrigou a alguns cortes que se reflectiram na ausência de legendas em português nos filmes exibidos, o que lamentamos profundamente, excepção feita à Cinemateca Portuguesa que inexcedivelmente nos garantiu a legendagem da maioria das suas sessões.
Apesar das restrições, mais uma vez a Câmara Municipal de Lisboa contribuiu e apoiou a realização deste evento, pelo que lhe devemos desde já o nosso sentido agradecimento. Ao ICAM que tem mantido o subsídio que todos os anos nos atribui para ajuda na pagamento dos direitos de exibição dos filmes, à Cinemateca que nos tem acompanhado nesta aventura de acreditar num cinema diferente, à FNAC que pela sua postura de incentiva à cultura aderiu incansavelmente a este projecto, ao Goethe lnstitut, que nos vem acarinhando sempre com o mesmo entusiasmo, e ao Cine-Paraíso que este ano gentilmente nos cede uma nova sala de espectáculos, reconhecemos com estima e gratidão o esforço empreendido.
Os agradecimentos estendem-se ainda à Embaixada de Espanha, ao Instituto Cervantes, ao Instituto Franco-Português, à ATL (Associação de Turismo de Lisboa), à Lusomundo, à Lufthansa, à Beta Films, ao OCV (O Circo a Vapor), à Saga Viagens que promove o prémio de público, e ainda aos muitos voluntários que mais uma vez se disponibilizaram contribuindo decisivamente para o sucesso deste evento. Muito obrigado.
Espero que este Festival, e o programa aqui proposto, seja um passo em frente contra o preconceito, a indiferença, o desalento e a apatia. E que de alguma maneira a alma possa sair do seu esconderijo para que todos nós, amantes do cinema, na acepção mais profunda do termo, nos eduquemos a apreciar a diversidade e as causas nobres que ainda nos fazem sonhar.
Celso Júnior

6th LGLFF – Education and citizenship


Education is the art of throwing light on that, which is latent in each of us.
This is the our proposal for the 6th edition of the Lisbon Gay and Lesbian Film Festival, which over the course of six years has become one of the most relevant events in the national cinematographic calendar. It is a sample of alternative cinema that reflects the diversity of renewing energies and a manifestation of the vitality that stimulates the city’s respect for, and fascination with the mystery of differences.
This year the look is from the inside out, a form of initiation in the search for inner forces that teach us to understand and act in the exterior. Perhaps one of the major problems of our society is the growing number of informed people with neglected souls. Minds and bodies that remain in the penumbra of ideas, through lack of opportunity or an opening. It is a human rather than a political question.
An attitude has to begin with us, from within the community itself. This year the themes that are identified take on a more profound and reflective perspective: the urgent need to educate for honourable concepts such as citizenship, respect, tolerance and liberty. Recent political changes in the world, apathy and contempt as regards poverty and exclusion, fundamentalism leading to terror, the surprising growth in Europe of Far Right parties with their discourse of hate and discrimination, the suffering of waiting for a cure that will wipe out the virulence of HIV in the entire generation, are current problems that leave us uneasy and disturbed.
It seemed opportune to change the theme of the Festival, which, in 2002, was to have been about the Fetish, and present our contribution to this worrying reality by presenting films that educate and bring meaning to heartfelt questions.
In my sixth year as director of this event, I have tried to offer a careful selection of 73 films that all together speak for themselves. I drew up this programme to attain two objectives:
1. To show each work, in its entirely and excellence, for its merit and beauty grouping them into related themes that form a relationship of ideas.
2. To use this relationship to explore the concepts of Education and Citizenship in the way we see the world, se that this apprenticeship will make us rethink this issue of affections.
In this way highlighting ways of fighting obscurity for a place in the sun. In her incursion into the favelas, Monica Treut reveals a Brazil lacking adequate methods to defend and integrate street children that the activist Yvonne Bezerra de MelIo fights to project from human indifference. It is an inspiring film and a surprising testament about a real “Warrior of Light”, who symbolically marks this opening to the social questions the Festival puts forward.
Another example that provides an excellent object lesson is Oliver Button is a Star by John Scagliotti, based an the children’s classic “Oliver Button is a Sissy” by Tommie dePaola, which takes a sharp look at contemporary society through the education of children for citizenship. The spectre of illness and alienation surrounding HIV/ AIDS is also present in the intimate form of dealing with sentiments, diluted o the director subtle approach of films such as Le Fate Ignorati be Ferzan Ozpetek, Ma Vie en PIus by Brian TiIIey and the brilliant Song from an Angel by David Weissman.
The Transgender Nights and the parallel cycles of FNAC and the Cinema Alemão (Germen Cinema) open the Goy and Straight proposals that have become a successful tradition throughout the various editions. This year films were chosen from among more recent international films and many are competing for the audience award for the best short, feature and documentary film.
The economic situation and political changes that he country is undergoing have led to some budget cuts due to a reduction in subsidies. This has caused among other things an absence of Portuguese subtitles, which we greatly regret, with the exception made by Cinemateca Portuguesa, which has quite fantastically guaranteed subtitles for the majority of their sessions.
Despite restrictions, the Lisbon Municipality has contributed to and supported this event, for which we are most grateful. Our thanks also go to ICAM which has maintained the subsidy granted every year to help with the payment of rights to exhibit the films, to Cinemateca which has accompanied us on this adventure of believing in a different cinema, to FNAC which in fostering culture has adhered indefatigably to this project, to the Goethe Institut, which has always helped us with the sane enthusiasm, and to the Cine-Paraíso that this year has kindly granted us a new space for films. We thank them all for their support and commitment. Our grateful thanks alsa go to the Spanish Embassy, the Instituto Cervantes, the Instituto Franco-Português, lo ATL (Associação de Turismo de Lisboa), Lusomundo, Luffhansa, Beta Films, OCV (O Circa a Vapor), Saga Viagens, which is promoting the audience award, and to the many volunteers who have once again contributed so decisively lo the success of this event. Again our sincere thanks.
I hope that this Festival, and the programme, will be a step forward against prejudice, indifference, despondency and apathy, se that in some way the soul may leave its hiding place se that all of us lovers of the cinema, in the widest sense of the term, will be educated to appreciate diversity and the noble causes that still make us dream.
Celso Júnior